Principais empregadores da Batalha ouvidos na Câmara Municipal

Sexta, 09 De Janeiro De 2009

Principais empregadores da Batalha ouvidos na Câmara MunicipalO Presidente do Município da Batalha chamou ontem à Autarquia os responsáveis pelas principais empresas do Concelho e as associações patronais da região.
O motivo que serviu de mote à realização deste encontro relacionou-se com as preocupações de índole social que assolam a sociedade portuguesa e, neste caso em particular, o Concelho da Batalha.
Do diagnóstico efectuado pelos empresários presentes no encontro, António Lucas destaca a situação complexa actualmente verificada nas cerâmicas de barro branco e nas empresas de confecções. No caso das cerâmicas de barro branco, a crise agora sentida evidencia o mau momento do sector de transformação desta matéria prima que, paulatinamente, tem vindo a desaparecer no nosso país com o encerramento de dezenas de unidades fabris, lançando no desemprego milhares de trabalhadores. De acordo com os testemunhos deixados pelos empresários deste sector, a situação é grave e necessita de medidas urgentes, sob pena de se vir a agravar fortemente, com consequências sociais imprevisíveis. Face a este cenário, o Município da Batalha vai solicitar ao Governo e ao Ministério da Economia a implementação de medidas de apoio urgentes. No caso concreto destas empresas, com mais de 250 trabalhadores e de mão de obra intensiva, esta unidades são automaticamente excluídas da classificação de PME, facto que agrava em demasia as dificuldades financeiras sentidas pela impossibilidade de acesso às medidas extraordinárias que o Governo tem vindo a implementar. No entender de António Lucas, esta situação merece ser revista para que estas empresas, que devido à especificidade do seu trabalho necessitam de bastante mão-de-obra, não sejam mais penalizadas.
Quanto aos sectores da cerâmica e do vidro, os empresários presentes evidenciaram que o gás apresenta um peso enorme na estrutura de custos. A situação é tanto mais preocupante pelo facto de as empresas já terem sido notificadas pelos fornecedores de aumentos a partir do mês de Janeiro de 2009, que vão oscilar entre os 9% e os 13%.
Contudo, os aumentos preconizados para o próximo ano não reflectem o abaixamento do preço dos principais combustíveis que nos últimos tempos se tem feito sentir no plano internacional e que em Espanha se tem concretizado no abaixamentos dos valores junto das empresas, para bem da economia, o que levanta aos empresários lusos preocupações de ordem concorrencial.
Situação de resto também verificada nos preços da electricidade, com a DGCI a retardar os reembolsos do IVA, uma medida com especial impacto na estrutura financeira das empresas exportadoras e credoras de IVA em permanência.
Também abordada foi a dificuldade sentida pelas empresas quanto ao financiamento de crédito bancário. Para os empresários, as instituições financeiras a oferecer crédito a quem não precisa e a dificultar fortemente o acesso às restantes empresas.
Após a reunião decorrida e consciente das dificuldades existentes, o Município vai seguidamente reunir com todas as IPSS do concelho, com o Instituto da Solidariedade e Centro de Emprego.
Já em andamento encontra-se a possibilidade de implementação do projecto FINICIA, em parceria com o Nerlei e com o BES, por forma a serem criados apoios específicos às pequenas empresas que apresentem projectos inovadores e geradores de emprego.
Aponte-se ainda que no dia de hoje foram remetidos ofícios solicitando a intervenção governamental ao Sr. Primeiro Ministro, ao Sr. Ministro da Economia e a todos os grupos parlamentares da Assembleia da República.
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