Câmara Municipal da Batalha

Comunicado

Lançamento da obra Golpilheira Medieval - Documentos Históricos

Terça, 02 De Fevereiro De 2010

Lançamento da obra Golpilheira Medieval - Documentos HistóricosA apresentação do livro Golpilheira Medieval - Documentos Históricos, de Saul António Gomes, terá lugar no dia 7 de Fevereiro, Domingo, às 15h30, no Centro Recreativo da Golpilheira.
Nas comemorações dos 25 anos da criação da Freguesia da Golpilheira, a Câmara Municipal da Batalha e o Jornal da Golpilheira orgulham-se de editar uma obra que pretende ser referência cultural de vulto. Com a prestimosa autoria de Saul António Gomes, "Golpilheira Medieval - Documentos Históricos" reúne 113 documentos que retratam quase exaustivamente tudo o que é possível saber-se sobre a história desta terra, desde os princípios da nacionalidade (Doc. 1 - 1142 — Excerto da carta de foral dado aos homens de Leiria, pelo rei D. Afonso Henriques) até aos princípios do século XIX (Doc. 113 - 1809-1813 [Capela de S. Bento da Cividade ou Batalha] — Contas da Confraria dos Defuntos do Furadouro relativas ao período, coincidente com as Invasões Francesas, dos anos de 1808 a 1812).
A sábia interpretação que o ilustre historiador faz na sua introdução à publicação documental constitui uma inestimável leitura desse peregrinar histórico de um povo que se foi estabelecendo no frondoso e fértil vale do Lena, desde as primeiras famílias de nobres que procuravam a posse dos terrenos mais preciosos do Reino até ao aglomerado populacional constituído pelos antepassados directos das actuais famílias.
É um livro de grande formato, em capa dura e encadernação de luxo, profusamente ilustrado com imagens, mapas e fotografias do património, paisagens e outros elementos da identidade da Freguesia.
A apresentação será no Centro Recreativo da Golpilheira, no próximo dia 7 de Fevereiro de 2010, pelas 15h30, numa sessão aberta a todos os interessados.

25 anos da Freguesia da Golpilheira
Pela Lei n.º 37/84, de 31 de Dezembro, foi criada a Freguesia da Golpilheira no concelho da Batalha, cujo primeiro dia de existência "oficial" foi o 1 de Janeiro de 1985, há 25 anos.

Segundo o artigo 2.º dessa lei: "Os limites da nova freguesia, conforme representação cartográfica anexa, são: ao começar no lugar da Quinta de São Sebastião, ou seja, do lado nascente para norte, continua até à Vala do Moinho de São João, proximidades da Quinta da Serrada com o limite do concelho de Leiria, devidamente demarcado por estradas, serventias e ribeiro; a partir do Moinho de São João, passa pela estrada camarária até à estrada nacional n.º 1, atravessando-a e seguindo por uma serventia pública até ao rio Lena, continuando por este até um pouco acima do Casal da Ponte de Almagra, onde desagua o ribeiro do Carvalho; segue por este até à sua nascente (proximidades a norte do Casal do Alho), seguindo em recta por serventia de fazendas até ao ribeiro Agudo, que passa a poente do lugar de Bico-Sacho, seguindo por este até à sua nascente, a qual continua com a Quinta de São Sebastião, acima referida."
O artigo 3.º definia que deveria ser criada uma "comissão instaladora da nova freguesia", a nomear pela Assembleia Municipal da Batalha, constituída por: "1 representante da Câmara Municipal da Batalha; 1 representante da Assembleia Municipal da Batalha; 1 representante da Assembleia de Freguesia da Batalha; 1 representante da Junta de Freguesia da Batalha; 5 cidadãos eleitores designados de acordo com o n.º 3 do artigo 10.º da Lei n.º 11/82".
Nos artigos seguintes determinava-se que "a comissão instaladora exercerá funções até à tomada de posse dos órgãos autárquicos da nova freguesia", cujas eleições "realizar-se-ão na data das primeiras eleições autárquicas gerais posteriores à entrada em vigor da presente lei".
Finalmente, o artigo 6.º referia que "a presente lei entra em vigor em 1 de Janeiro de 1985".
A lei foi aprovada em 30 de Novembro de 1984, promulgada em 29 de Dezembro de 1984, com assinatura do Presidente da República, António Ramalho Eanes, referendada em 29 de Dezembro de 1984, com assinaturas do primeiro-ministro, Mário Soares, e do presidente da Assembleia da República, Fernando Monteiro do Amaral. E foi publicada no Diário da República - I SÉRIE - N.º 301 - 31 de Dezembro de 1984.
É, assim, a mais recente freguesia do concelho da Batalha, no distrito de Leiria. Mantendo quase inalteradas as fronteiras então definidas, o seu território ocupa pouco mais de 490 hectares, cujo centro dista cerca de 3 km da sede de Concelho e 8 km da sede de Distrito.
Habitada desde tempos imemoriais por povos das mais diversas civilizações, esta terra começa a ser nomeada logo nos primeiros documentos da constituição da nacionalidade portuguesa, como lugar aprazível para viver e cultivar. Estende-se ao longo do fértil vale do Lena, com vista aberta sobre o Mosteiro de Santa Maria da Vitória, classificado pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade, cuja construção terá sido um dos motores do seu crescimento populacional durante a Idade Média.
É hoje o "lar" de cerca de 1800 habitantes, cujo dinamismo social é amplamente reconhecido e faz jus ao legado histórico dos seus antepassados.
O seu nome deriva do termo latino vulpes, que significa "raposa".

Excerto do prefácio do livro
A importância de uma terra mede-se, não por quilómetros ou número de habitantes, mas pelo sangue, suor e lágrimas que nela se verteram e, como é óbvio, pela intensidade das vidas que nela se ergueram.
No caso da Golpilheira, se dúvidas houvesse, esta publicação revela toda a profundidade dessa identidade cultural, dessa "alma" que encarna, ainda hoje, em todos aqueles que se orgulham de aqui terem nascido ou de aqui viverem os seus dias.
Esta obra é também fruto desse amor à terra que nos viu nascer. Na verdade, apesar de tantas e tão ricas memórias, pouco ou nada se tem publicado sobre a Golpilheira. Por isso, ao pensarmos na forma de associar o Jornal às comemorações das Bodas de Prata da sua elevação ao estatuto de Freguesia, foi essa a primeira ideia: editar um livro. Poderíamos optar por recolher alguns textos descritivos ou de opinião, juntar algumas fotos, mostrar curiosidades. Mas queríamos algo mais substancial, que ficasse por si só como um documento histórico, um marco da nossa identidade cultural.
Para tal, ninguém melhor do que o Doutor Saul António Gomes, professor da Universidade de Coimbra desde 1987, onde integra o Centro de História da Sociedade e da Cultura, sócio-correspondente da Academia Portuguesa da História e colaborador do Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa. Com mais de duas dezenas de livros e um extenso rol de artigos publicados, nomeadamente sobre a Batalha e o seu Mosteiro, este prestigiado historiador leiriense será dos que mais conhecimento reúne sobre a região concreta em que nos situamos. Acedeu graciosamente ao convite e lançou mãos a um trabalho de pesquisa, transcrição e análise de textos, como nunca se tinha feito sobre a nossa localidade.
A Golpilheira ficará sempre devedora e grata a este investigador, também pela magistral Introdução que faz sobre os documentos, numa exposição clara, sucinta e acessível a qualquer leitor.
Quanto às imagens do património, paisagens e locais que ilustram este volume, são de várias datas, mas optámos preferencialmente por fotografias tiradas a 31 de Dezembro de 2009, precisamente 25 anos depois da criação da Freguesia. Sendo uma edição comemorativa dessa data, fica assim registado o seu estado actual. Na forra da capa, publicamos um mapa histórico (1941-1947), anotado pelo autor. Na forra da contracapa, a imagem de satélite de 2005, tal como é neste momento exibida online pelo Google Earth. O desenho da raposa é original do nosso grafismo e representa a origem do nome Golpilheira, do termo latino vulpes.
Escolhemos o título "Golpilheira Medieval", porque é sobretudo da Idade Média o espólio documental reunido, embora se estenda também à época Moderna.
A palavra final vai para cada um dos golpilheirenses, naturais ou residentes. A eles se dedica o livro, que contém parte da sua vida, da sua "alma" passada e presente. Na verdade, porque são páginas da sua História, esta obra é deles. Nossa.

Esta notícia foi retirada do site da Câmara Municipal da Batalha

http://www.cm-batalha.pt